Depois de muito tempo, ela decidiu aceitar o inaceitável: não pertencia àquele lugar, nem aquele lugar pertencia a ela. Agora só havia uma coisa a ser feita: arrumar seus poucos pertences e partir sem rumo. Pegou sua mala pequena, que ficava no fundo de um guarda-roupa antigo. Sempre soube que esse momento chegaria, mas fora enganada, por si própria e pelo lugar... preferia acreditar que a mala jamais seria utilizada. Pois bem, algumas coisas deveriam ser levadas, itens de maior importância e que tornariam a nova vida ao menos suportável. Não se preocuparia com o restante dos bens; o próximo ocupante que decidisse se seriam úteis ou deveriam ser descartados. Não era problema dela, e ela não mais se importaria.
Saiu. Não conhecia canto algum. Subiria num trem qualquer, sem saber seu destino. Desceria quando estivesse cansada, ou quando a paisagem fosse bonita. Acharia um novo lugar, quem sabe um melhor que o antigo. Ficaria lá até que fosse conveniente. E depois, partiria novamente.
Saiu. Não conhecia canto algum. Subiria num trem qualquer, sem saber seu destino. Desceria quando estivesse cansada, ou quando a paisagem fosse bonita. Acharia um novo lugar, quem sabe um melhor que o antigo. Ficaria lá até que fosse conveniente. E depois, partiria novamente.