sábado, 1 de novembro de 2014

Carta para São Pedro

Prezado São Pedro,

Imagino que no passado o senhor e São Paulo tiveram muitos desentendimentos e até certa rivalidade. Considero isso tudo águas passadas. Porém, não pude deixar de perceber que, nos últimos tempos, o senhor tem demonstrado certa antipatia para com os filhos de São Paulo, os paulistas (e assinalo que não tiro sua razão nesse caso... os paulistas são um tanto quanto chatos e arrogantes...).
Por isso, São Pedro, tomei a iniciativa de escrever uma carta com um pedido de desculpas em nome de todos os paulistas. Muitos, tenho certeza, não estarão de acordo com isso, mas eles não sabem o que dizem...

Vamos aos pontos:

1.   Aceitamos o Heliocentrismo em vez do Sãopaulocentrismo. São Paulo não é o centro do Universo, da Galáxia, do Sistema Solar, da Terra ou do Brasil;
2.   Não somos superiores a ninguém. Não somos mais inteligentes, mais politizados, mais racionais que nenhum outro ser humano, seja ele do Acre ou do Rio Grande do Sul;
3. Admitimos que elegemos um picolé de chuchu como nosso governante (a única justificativa para isso é a Síndrome de Estocolmo);
4. Utilizamos a água de maneira estúpida e desenfreada. Tentaremos aprender ao máximo com esse período de seca a valorizar os recursos escassos.

Dito isso, assumimos o compromisso de aceitar e seguir os pontos acima.

Pedimos, encarecidamente, que faça chover torrencialmente nos próximos meses. Estamos sujos e com sede.

Muito obrigado.

______Povo de São Paulo______



Obs.: Furei a fila de sua basílica em junho passado. Peço desculpas pelo vacilo. Espero que tudo isso não seja represália ao meu ato impensado.


sábado, 15 de março de 2014

Proooocraaastination

(Para procrastinar o início da leitura, veja esse vídeo. MESMO! Procrastination )

Oi,

Meu nome é Carol e eu tenho uma doença. Sofro de Enrolarium Tempius, que é o nome científico para a procrastinação.
É uma doença muitíssimo comum em todas as faixas etárias e classes sociais. É especialmente perigosa para universitários. Infelizmente, há poucas pesquisas na área e, consequentemente, escassez de tratamentos.
Essa semana eu tive uma crise fortíssima. Deveria fazer 1 (um) trabalho para a faculdade. A seguir, o que foi feito na realidade:

  • Trabalhos que estavam com prazo muito mais largo do que o dito cujo;
  • Limpeza do quarto, composta de: varrer o chão, tirar TODOS os objetos das mesas/prateleiras, limpar as mesas e prateleiras, colocar TODOS os objetos nas mesas/prateleiras, passar pano no chão;
  • Limpeza da sala;
  • Limpeza não de um, mas de DOIS banheiros (eu nunca havia limpado um banheiro);
  • Lavagem das toalhas de toda a casa;
  • Elaboração do almoço;
  • Lavagem da louça;
  • Academia (CARA, eu fui pra academia pra não fazer o trabalho!);
  • Lavagem das roupas da semana e das pantufas;
  • Banho;
  • Elaboração do jantar;
  • Episódio de The Office (falhei com meu compromisso);
  • Finalização de um livro;
  • Dormir;
  • Escrever esse texto.


Sim, sim. Tudo isso foi bem absurdo, mas veja bem: pelo menos a casa está limpa. Não é como aquela vez que eu CONTEI os grãos de um saco de feijão só para não ter que fazer uma coisa qualquer (poderia ter sido pior: poderia ter sido um saco de arroz).

Enfim, deixei de fazer uma viagem bacana pra poder colocar as coisas em ordem. Estou me sentindo a rainha do ridículo nesse exato momento.

Enrolarium Tempius não é brincadeira, gente!


(Próximas tarefas: elaboração do almoço, lavar o cabelo, SECAR o cabelo, talvez, talvezinho, fazer o trabalho...)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Viagem

Check in:
Cheguei no aeroporto e, enquanto foram guardar o carro, fui até o guichê da companhia aérea. Lá, havia um "device" de ferro em que a mala de bordo deveria caber. Caguei um tijolo quando a minha não entrou.

Duty free:
Passei em uma loja apenas para borrifar "La vie est belle" em meus pulsos, pois ainda não tenho condições financeiras de adquirir um frasco do mardito.

Embarque:
A mala entrou. Obrigada de nada.

Decolagem:
O avião tá lá na pista, bem sossegado, só comendo gente, bagagens e combustível. Logo mais, mandam o coitado circular.  Ninguém pergunta como o Sr. Avião se sente a respeito. Pau mandado, sofrido, ganha pouco. Ele vai, bem devagar, com preguiça. Às vezes para, olha em volta, pergunta se pode voltar pro cochilo no hangar, mas só obtém negativas. De repente, o avião lembra que tem algo MUITO importante pra fazer em outro lugar, e PUTA QUE PARIU, começa a correr desembestado até voar. 

Turbulência:
Como todos sabem e pesquisas provam, avião não voa: é Deus quem pega o aviãozinho na mão e brinca com ele no céu. Para checar a fé dos ateus, Deus pega o avião e dá uma balançadinha considerável no brinquedo. Todos pedem misericórdia. Em seguida Deus coloca o avião no lugar e fala "chora, ateus".

Refeição:
Atenção: não é porque você está indo para a Europa que você é rico/chique. Confesso que pensei (estou pensando) seriamente em afanar os "tapauéres" da refeição. Isso sem falar na xicarinha do café, toda vermelha e fofa (o café tinha gosto de tristeza). 
Obs: também planejo levar um dos cobertores. Vamos acompanhar a tentativa.
Obs2: não consegui os tapauéres.
Obs3: levei o cobertor.

Comissários de bordo:
Confesso ainda que estou encantada com o comissário de bordo. Não é porque ele é bonito (porque ele não é), mas ele traz as coisas com um sorriso tão gostoso que se ele oferecer FRANGO eu pego (mentira, peguei o ravioli!).

Banheiro:
Gostaria de ir ao banheiro, mas acho que acontecerá uma turbulência 10 na escala Richter...
Obs: fui ao banheiro e não houve turbulências!

Pouso:
A única coisa do mundo pior que o pouso é o inferno, sem sombra de dúvidas! Tive uma dor de ouvido insuportável. Olhava em volta e todos estavam normais. Perguntei, gritando, para um senhor se isso era normal e ele disse que sim. Pior sensação de todas.

Conclusão: 
100% das minhas viagens de avião foram boas (viajei uma vez de avião).