sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Madallaine II

Depois de muito tempo, ela decidiu aceitar o inaceitável: não pertencia àquele lugar, nem aquele lugar pertencia a ela. Agora só havia uma coisa a ser feita: arrumar seus poucos pertences e partir sem rumo. Pegou sua mala pequena, que ficava no fundo de um guarda-roupa antigo. Sempre soube que esse momento chegaria, mas fora enganada, por si própria e pelo lugar... preferia acreditar que a mala jamais seria utilizada. Pois bem, algumas coisas deveriam ser levadas, itens de maior importância e que tornariam a nova vida ao menos suportável. Não se preocuparia com o restante dos bens; o próximo ocupante que decidisse se seriam úteis ou deveriam ser descartados. Não era problema dela, e ela não mais se importaria.
Saiu. Não conhecia canto algum. Subiria num trem qualquer, sem saber seu destino. Desceria quando estivesse cansada, ou quando a paisagem fosse bonita. Acharia um novo lugar, quem sabe um melhor que o antigo. Ficaria lá até que fosse conveniente. E depois, partiria novamente.

Um comentário:

  1. Tenho essa sensação de ter fugido de lugares que não pertencia para lugares que eu acreditava pertencer.Tudo em vão, mas as bagagens mudaram, os planos também e o trem mudou de caminho zilhões de vezes.
    Ultimamente creio que estou mais ligada as minhas mudanças do que as de lugares, mas se você no meio do caminho tiver uma parada interessante, por favor me fale.

    ResponderExcluir