Belíssima segunda-feira, 31 de outubro. Sinto o cheiro das bruxas no ar. O tempo anda para trás de tão lerdo que está. Não há pessoas, não há livros, não há bateria, não há música, e nem ao menos há lição a ser feita (em tempo: SEMPRE há lição a ser feita). Então, cá estou eu, sozinha, conversando com você, papel. Tenho um certo problema com você, sinto uma certa intimidação. Parece que as coisas tomam um rumo diferente quando minha lapiseira fajuta faz a conexão entre minhas tão loucas idéias e você, papel. Quando se trata da cabeça, do plano das idéias, da imaginação, ou seja lá qual o nome disso, tudo é permitido: não há senso do ridículo, não há limitações, não há julgamentos. Mas quando chego até você, papel, é como se você ficasse aí, branco e imóvel, esperando os absurdos imaginativos para, em seguida, começar a avacalhação. Já posso até ouvir as palavras de escárnio e os dedos apontados: “Você acha mesmo que quero saber de suas histórias?” e “Oh, não! Ela realmente pensa que consegue juntar meia dúzia de palavras e formar uma frase inteligível?” ou também “Nossa, ela escreve com a profundidade emocional de uma colher de chá.”. Sim, odioso papel. Não temos intimidade. Eu não me sinto a vontade em sua presença. Eu não sei o que fazer quando você me encara, implacável. Mas nós dois sabemos, papel, que isso terá que mudar algum dia, e por que não hoje? Já foi adiado por longos anos, e não sei por quanto tempo o ato de escrever num papel, à mão mesmo, será mantido por minha espécie. Até breve
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Première
Acordei e decidi: vou fazer um blog. Evidentemente, isso
foi há mais de um mês, e eu fiquei esse tempo todo enrolando. Sou muito mais
planejadora que realizadora (popularmente conhecido como: não faço nada). Pois
bem, o que é necessário para um blog? Um nome, um plano de fundo, textos e
leitores. O nome foi um parto, todos os que eu escolhia já estavam sendo usados
ou nomeavam entidades que “sonham com um mundo formado pela igualdade, com
saúde, educação e oportunidade de desenvolvimento para todos”. Sem aviso,
surgiu “Hiperbolicidades” em minha cabeça, inspirado na hipérbole (figura de
linguagem, não conceito matemático, por favor) por motivos óbvios. O plano de
fundo é esse, porque foi esse que eu consegui colocar. Os textos serão de minha
autoria, e terão qualidade e temática questionáveis. Os leitores... ah, os
leitores! O sonho de qualquer um que se arrisca a escrever alguma coisa. Se
forem poucos eu finjo que são muitos, e fica (quase) tudo certo.
Considerações importantes:
- NÃO serão servidos amendoins após cada leitura;
- Os textos REALMENTE serão sobre os assuntos mais variados. Essa é a maior verdade, não desconfie disso, jamais;
- Posso, eventualmente, achar que está tudo muito ruim e, para poupá-los, parar de escrever;
- O sucesso ou o fracasso do blog serão destinados ao Caio, que deu a entender que só riria dos textos se eles fossem engraçados, e não ridículos.
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