segunda-feira, 22 de julho de 2013

Meu Iphone, Minha Vida


Era uma vez os humanos. Seres muito versáteis, criativos e diferentes uns dos outros. Começaram há alguns milhares de anos, comunicando-se com grunhidos, arrastando as mulheres pelos cabelos (alguns ainda o fazem), matando mamutes e fazendo desenhos horrendos (porém melhores que os meus) nas paredes das cavernas. Desenvolveram-se, inventaram a escrita, o helicóptero, o cabide e a máquina de lavar (Não se prendam aos exemplos! Os humanos criaram muitas outras engenhocas.). E, mais recentemente, os humanos criaram um pequeno aparelho demoníaco: o Iphone. Ele é aquilo que chamamos “telefone celular”, mas muitos acham o termo pejorativo, afinal, o Iphone é muito mais que um aparelho telefônico.
O aparelho funciona da seguinte forma: ele se conecta ao seu dono (que achou razoável pagar muitos dinheiros pelo aparelho) e, de maneira misteriosa, começa a suprir suas necessidades mais profundas. No início, é um processo muito sutil: a pessoa sente-se a cada dia mais contente e satisfeita; posteriormente, ela tem seus problemas resolvidos pelo aparelho: calvície, gordura localizada, impotência sexual, falta de dinheiro, shitty job, carência etc. É o cogumelo do sol dos celulares.
A notícia se espalha: o aparelho é milagroso. Todos DEVEM ter um Iphone.
As pessoas sentem-se inseguras. “Se eu deixar meu Iphone na mesa enquanto vou ao banheiro corro o risco de ter uma diarreia?”, “Levar o Iphone em uma entrevista significa emprego garantido?”, “Na conquista: qual Iphone as mulheres preferem: o branco ou o preto? (melhor levar os dois)”, “É possível comer meu Iphone?” blá blá blá...
E foi assim que os humanos, antes versáteis, criativos e diferentes uns dos outros transformaram-se em “donos de Iphones”, e nada além disso.


(Ou são os Iphones donos dos humanos? Aguardar...)

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